segunda-feira, 5 de novembro de 2012

[...] é sempre sobre aquilo de que está cheio o coração.

Eu queria saber fazer poesias. Queria mesmo.
Daquelas que as pessoas apaixonadas fazem, contando sobre a espera para ver a pessoa amada, sobre aquele olhar que a faz estremecer, sobre aquela voz ou aquela música que enche o coração de energia quando se faz ouvir.
Talvez eu esteja sendo injusta com as poesias dizendo que não sei fazê-las,
pois elas são tão simples que mesmo uma criança pode conseguir, e eu já fiz algumas (poucas) quando estive apaixonada.
Mas hoje eu não sei mais...
Pode parecer amargura, mas eu admito: não sei mais escrever aqueles pequenos textos que rimam ou não, e que resumem um sentimento com poucas palavras. Poesia, pra mim, pede um coração que espera, um coração que bate por um motivo em especial, um coração que sorri e que carrega dentro de si aquela pessoa que lhe faz feliz.

[Ih, lá vem a solteirona amarga...
Não! Não é amargura, é só uma constatação. Juro.]

Poesia é leve, é alegre, é esperançosa. E um coração vazio pode até tentar, mas não consegue poetizar sobre um sentimento que lhe falta - ou, talvez, que ele mesmo tenha afastado de si, para não doer mais em vão.
E quando eu leio poesias, me dá vontade de ter um coração poeta, apaixonado, jovem, ingênuo. Esses são os corações mais felizes, eu sei! Sei pois o meu já foi assim um dia: bobo, ingênuo, carente e sonhador; e era, sim, muito bom. Hoje eu sinto saudade dele, desse coração tão bonito. Não que ele seja um coração ruim - longe disso! Mas hoje esse coração é meio desconfiado, cansado, querendo se aposentar, ainda que esteja novo [invalidez, talvez?].
Assim fica difícil fazer poesia.

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